18 de março é festa de Nossa Senhora de Savona em Ajaccio, França. “Misericórdia! Misericórdia!”, repetiu a Santíssima Virgem, pedindo pelo fim das frequentes e mortais disputas comuns em toda a Córsega.
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Em 1640, um piedoso capitão de navio, Gian Pietro Orto, instalou na fachada de sua casa de campo, em Ajaccio, um nicho com uma imagem em gesso de Nossa Senhora da Misericórdia, trazida em uma de suas viagens a Savona, na Itália.
Vale lembrarmos que, naquela época, Ajaccio, assim como toda a Córsega, fazia parte do reino Genovês. Será apenas em 1769 que a ilha, após alguns anos de independência, será anexada ao território francês.
Pouco depois da imagem instalada, eis que dois jardineiros que trabalhavam nas proximidades da casa do capitão começaram uma discussão violenta, que culminou com uma sangrenta luta com as ferramentas de que dispunham.
Os homens estavam prestes a se matar quando, de repente, uma furiosa voz feminina gritou: – “Pare a luta, basta, já chega!”. Espantosamente, a voz era tão alta que pôde ser escutada a quilômetros de distância. – “Misericórdia! Misericórdia!”, prosseguiu a misteriosa voz, que todos viram que vinha da pequena imagem da casa do capitão.
A indignação demonstrada pela Santíssima Virgem não é de nenhuma forma um exagero, considerando que a Córsega foi sempre famosa por suas rixas e vinganças que se estendiam por gerações. Nossa Senhora agiu como agiria uma mãe que repreende seus filhos turbulentos que brigam e não a escutam. Não era uma reprimenda apenas aos dois contendores, mas a todo aquele costume errado que se mantinha naquela população. Por isso, a Virgem por várias vezes ainda repetiu: – “Misericórdia! Misericórdia!”
Encantado com este milagre, o capitão Orto mandou fazer uma capela em frente a sua residência. Mas, devido a simplicidade da imagem de sua fachada, ele encomendou a um bom artista de Gênova uma grande e bela imagem da Virgem em mármore branco. Diante desta estariam duas outras pequenas imagens, uma representando Antônio Botta, a quem a Virgem havia aparecido em Savona, e o segundo seria ele mesmo… Afinal, foi ele o responsável pela compra da imagem do milagre e responsável por colocá-la naquele local…
Graças a este milagre, a fama de Nossa Senhora da Misericórdia de Savona ficou tão grande em Ajaccio que a Ela a cidade recorreu na ocasião a seguir:
O voto de Ajaccio
Em 1656, enquanto a peste devastava a Itália, o prevenido conselho municipal de Ajaccio, chamado na época de ‘Magníficos Anciões’, fez um voto de consagrar a cidade à Nossa Senhora de Savona, caso a Virgem protegesse seus cidadãos. O voto era oficial, e foi até mesmo registrado por escritura notarial.
De fato, Nossa Senhora cumpriu sua parte nesse contrato, tornando-se assim a Padroeira de Ajaccio. Toda a cidade passou a amar muito mais sua protetora, a Virgem de Savona, que passou a ser carinhosamente chamada de ‘Madunnuccia’ (‘Nossa Senhorinha’ na língua Corsa). Uma conhecida cidadã de Ajaccio que foi grande devota de Nossa Senhora da Misericórdia foi Letícia Bonaparte, mãe de Napoleão.
Desde aquele ano em que a cidade foi poupada da peste, Ajaccio renova anualmente o voto com uma grande celebração que também ficou chamada de ‘Madunnuccia’. Assim como em Savona, a festa é comemorada em 18 de março; diferenciando apenas que aqui ela começa um dia antes. No dia 17, a noitinha, toda a cidade é iluminada com velas; e, no dia 18, feriado municipal, uma procissão segue com grande fervor a imagem de Nossa Senhora, ricamente adornada com joias para a ocasião.
Nossa Senhora de Savona, rogai por nós!
Ivan Rafael de Oliveira
Fontes de Pesquisa: https:// www. :
fr.wikipedia.org/wiki/Madunnuccia
albiana.fr/patrimoine-et-traditions/112-a-madunnuccia-patrimoine-et-traditions.html
corsematin.com/articles/comment-la-madunnuccia-sest-installee-dans-les-coeurs-81689
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