08 de setembro é festa de Nossa Senhora da Luz padroeira de Curitiba, Paraná. Uma intervenção da Santíssima Virgem escolhe o local onde vem a surgir a capital paranaense!
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No início do século XVII, Francisco Soares do Vale, membro de uma importante família paulista, devido as brigas que se meteu com o governador, teve de fugir da cidade. Entre os poucos pertences que Francisco tomou na fuga, estava uma pequena imagem de Nossa Senhora da Luz.
Em pouco tempo, Francisco, sua família e alguns outros colonos recém-chegados de Portugal se estabelecem nos campos de que mais tarde se tornaria Curitiba. De início, estes escolheram um local próximo ao rio Atuba para estabelecer seu novo povoado, longe do atual centro da cidade; e no centro da nova vila, uma pequena capela foi edificada para abrigar a imagem que veio com Francisco.
Apesar da simplicidade dessa imagem, ela encerrava em si toda a fé e a esperança desses desbravadores que partiam para expedições. Havia realmente a necessidade de uma especial proteção da Virgem Santíssima, pois na região viviam perigosos índios, conhecidos como Tinguís.
Até que, certa manhã do ano de 1654, um grande alvoroço percorreu a vila, pois a imagem de Nossa Senhora amanhecera virada para o oeste, fato que se repetiu por alguns dias. Comprovado que ninguém havia sido o autor dessas mudanças diárias, os habitantes da vila logo perceberam que se tratava de um milagre. Era visível que Nossa Senhora indicava a solução para um problema que eles enfrentavam: o local onde estava construída a vila já não agradava mais aos habitantes. Segundo alguns geógrafos, a razão disso seria o excesso de umidade daquela região. Então, a Mãe de Deus lhes indicava a direção para onde deveriam ir.
No entanto, Nossa Senhora exigia deles um ato de confiança, pois indicava justamente a região onde se situava a aldeia dos Tinguís. Até então, temendo um ataque dos índios, ninguém tinha se aventurado nessa direção. Por isso, reuniram os homens mais corajosos para tentar um primeiro contato com os selvagens; munidos das armas de que dispunham, e esperando o acontecer de hostilidades, empreenderam uma tensa caminhada em direção a tribo. Enquanto isso, em sua capela no alto do Atuba, Nossa Senhora transformou o espírito dos terríveis índios.
Quando as duas raças se viram frente a frente, ao invés de se ouvir o esperado grito de guerra, os índios fizeram um aceno de paz. Arcos e flechas foram lançadas ao chão. A recepção foi generosa e cordial; podendo-se, assim, tratar tranquilamente do motivo do encontro. E, com espantosa naturalidade, os Tinguís aceitaram ceder a região.
Arakxó, o cacique, marcando o ponto onde os brancos deveriam tomar como centro de sua nova povoação, fincou solenemente seu bastão de comando na terra, referindo-se àquele lugar como “Coré-etuba” (nome que indicava que ali havia “pinhão em abundância”). Um novo êxodo ocorreu nessa ocasião, enquanto os índios partiam para outra região, os descendentes de portugueses se mudaram para a nova Vila de Nossa Senhora da Luz de ‘Coré-etuba’ (De onde surge o nome de Curitiba).
Narram ainda as crônicas que, chegada a primavera, o antigo bastão de Arakxó germinou, crescendo depois em frondosa árvore. Símbolo, talvez, de futuras graças que Nossa Senhora concederia àquela povoação.
Os índios não se afastaram das imediações de sua antiga morada, o que facilitou o trabalho dos missionários. Logo lhes foi ministrado o catecismo; e, renegando o paganismo, receberam da Senhora da Luz a luz da verdadeira fé. Tais fatos bem explicam o porquê da intervenção de Nossa Senhora na mudança do antigo vilarejo. Esses índios também foram tomando parte na vida dos colonizadores. Ufanos de sua ancestralidade, seus mestiços predominaram durante largo tempo em muitas cidades circunvizinhas de Curitiba. Em suas rixas, estes costumavam avisar seus contendores: “Cuidado, porque eu sou Tíngui!”
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Nossa Senhora da Luz, rogai por nós!
Ivan Rafael de Oliveira
Fontes de Pesquisa: catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/F3D21C73-E6EF-2162-0847414A9AB64DA2/mes/Setembro2013
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