O novo normal pós-pandemia

Novo normal pós-Coronavírus
Coronavírus - o inimigo invisível
Coronavírus - o inimigo invisível
Coronavírus – o inimigo invisível

Um “novo normal” parece estar sendo gestado com a pandemia do coronavírus. Para além das medidas sanitárias – nem sempre consensuais na sua eficácia e necessidade – certas vozes vão propondo mudanças radicais na vida de todos os dias.

“Para nosso bem”, dizem elas. Devemos aceitá-las passivamente?

Que o novo coronavírus existe, e que tem causado mortes por todo o mundo, parece indiscutível. Porém, questões sobre sua origem, seu real alcance, o modo de o conter, continuam sem resposta.

O que ajuda a criar um ambiente propício a certo gênero de profetas da desgraça humana.

A história da humanidade tem registrado, com certa periodicidade, epidemias mais ou menos violentas. A atual, pelo que tudo indica, não pode ser classificada entre as mais devastadoras.

Não quer dizer que as vidas ceifadas não importem. Entretanto, a jornada da humanidade continua, e é preciso saber “administrar” mais esse obstáculo.

Um novo normal que nos rebaixa

Na onda da histeria midiática, surfando sobre a espuma dos dados inflacionados, aqueles “profetas” vêm pregando um rebaixamento do homem, um confinamento não só corporal mas psicológico, um curvar-se a uma natureza não mais amiga mas ditadora.

Que as pessoas se resignem a trancar-se em suas casas. Reduzir seus padrões de consumo. Limitar suas relações sociais ao mundo virtual e adequar sua vida à moldura das “telinhas”.

E satisfeitas por poderem ainda receber sua pequena ração diária de oxigênio, da Mãe Terra dominadora… e algumas migalhas de um Estado cada vez mais invasor!

Senão, a segunda onda – e a terceira, e a quarta, e quantas mais estiverem já engatilhadas… –  terminará de subjugar o orgulho humano!

É isso o que queremos?

A pergunta se impõe.

A humanidade já enfrentou maiores desafios, e os venceu. Por que agora devemos nos inclinar ante esse inimigo invisível – auxiliado por profetas malevolentes – de forma passiva, temendo como mal supremo o que, afinal de contas, é o normal em nossa existência terrena?

Não parece que seja a posição mais razoável.

Seria como se um adulto saudável fosse sequestrado por uma criança usando uma arminha de brinquedo, e que lhe ameaçasse com um tiro na canela!

A passividade de um refém assim dominado seria inexplicável, para dizer o mínimo…

Ou ainda, como escreveu um amigo, seria algo como “suicidar-se com medo de morrer”!

Lições da pandemia para o novo normal

A pandemia não deixa de nos trazer, como tudo na vida, uma lição. Ou várias lições.

Podemos bem construir um novo normal, que signifique um progresso da civilização, ou um retorno a boas práticas abandonadas.

Do ponto de vista da higiene, tudo o que significa progresso é sempre bem-vindo – guardado o devido espaço para a aquisição dos anticorpos: a universalização de simples gestos como lavar as mãos com frequência, não compartilhar itens estritamente pessoais, o uso de lenço ao tossir ou espirrar, etc.

Também a preocupação com nossos queridos anciãos. Certa tendência a aceitar a eutanásia vem se insinuando na mentalidade ocidental. Os cuidados a que o COVID-19 nos obriga, para conosco e com nossa família, talvez nos ajudem a espantar de vez esse fantasma. 

“Corações ao alto!”

Mas há mais. O normal “velho” vinha sendo desgastado pela praga do ateísmo prático. E, agora, o próprio olhar sobre a doença se ressente desse esquecimento de Deus.

Para começar, as mesmas vozes procuram nos amortecer com a afirmação – mais bem uma proclamação – de que “Deus não castiga”. Não pode castigar!…?

Curiosamente, não se envergonham de afirmar que a pandemia é uma reação da natureza – ou seja, um castigo que esta nos impõe por nossa conduta “predatória”.

Sejam as mortes tantas quantas nos afirma a mídia, ou sejam em menor número, o positivo é que devemos encará-las, no seu conjunto, como um castigo de Deus. Não é contra a natureza que pecamos, mas sim contra seu Autor.

Se pecamos, procuremos ver com clareza a gravidade do nosso pecado – que causou tamanho castigo – e busquemos o perdão. Retornemos à fonte da graça, como o filho pródigo, certos de sermos saciados com abundância.

Lembrar dos novíssimos

Nosso Divino Redentor nos ensinou a meditar nos novíssimos (morte, juízo, inferno e paraíso). E prometeu que, assim fazendo, nos salvaríamos.

A morte é, para todos sem exceção, uma realidade. E ela vem, conforme diz a Escritura, “como um ladrão”.

Não será a pandemia, nesse sentido, um ato de misericórdia da Providência Divina para com os fiéis? O mundo nos faz esquecer das realidades espirituais. E Deus quer que nossos pensamentos se voltem sempre para Ele!

Tiremos, do presente mal, um bem. Preparemo-nos para, se for vontade de Deus, nos unir com Ele no céu!

Recurso à oração

No nosso novo normal, a oração deve assumir um lugar de destaque. Sobretudo a reza do Terço, insistentemente pedida pela Santíssima Virgem.

São Carlos Borromeo enfrenta a peste em Milão
São Carlos Borromeo enfrenta a peste em Milão

Por que não propor, aos pastores das nossas almas, atos reparadores? Como aqueles realizados por santos do passado, que conseguiram assim estancar epidemias muito maiores? Grandes procissões, vigílias, cruzadas do Santo Rosário!

Mas é preciso, antes de tudo, que esse espírito de oração contagie primeiramente nossas famílias. O que pode haver de mais saudável, para a união da família, do que rezar juntos? Quantos desentendimentos não seriam assim sanados!

Intensificação da vida de família

Por falar em vida de família, outra lição a tirar do confinamento a que nos forçou o vírus bem pode ser um especial cultivo dela. Por que não resgatar um “normal” de outrora, em que família era realmente família, e não uma junção casual de indivíduos sem vínculos?

Viver é estar juntos, olhar-se e querer-se bem”, dizia a seu filho uma mãe exemplar. Ponhamos em prática essa verdade, deixando de lado as telinhas escravizadoras!

Essa intensificação terá reflexos diretos sobre a educação das novas gerações, pois lhes dará a segurança de uma instituição sólida, o apoio sem igual do afeto e da atenção dos pais.

O novo normal que queremos

Nosso novo normal:

Terço
  • Corações ao alto! – voltemo-nos novamente para Deus
  • Meditar nos novíssimos – preparemo-nos para o chamado de Deus
  • Recurso à oração – coloquemos o Terço como centro de nossa vida
  • Intensa vida de família

Um novo normal assim – que nos reaproxime do sobrenatural, e que intensifique os laços de família – nos fará ‘dar a volta por cima’ dessa investida anti-civilização capitaneada por um inimigo invisível.

Teremos de nosso lado amigos também invisíveis – os anjos e santos, a própria Mãe de Deus! – mas de um poder incomparavelmente superior. E que saberão nos ajudar na restauração da boa normalidade em que devemos viver.

 Nossa Senhora de Fátima, abençoai nossas famílias!


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