03 de setembro é festa de Nossa Senhora da Pólvora, padroeira de Budapeste, Hungria. Após uma imensa explosão, essa Virgem que estava a 150 anos escondida atrás da parede de uma igreja tornada mesquita, demonstra novamente que a Mãe de Deus é um verdadeiro Auxílio dos Cristãos!
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A salvação da cidade Viena, em 1683, foi uma das maiores vitórias católicas da história. Os próprios muçulmanos reconheciam que se a capital austríaca tivesse sido conquistada, a Roma dos papas facilmente cairia em suas mãos, pondo fim a Cristandade.
Com especial destaque do exército polonês, várias nações cristãs haviam se unido naquela ocasião de tamanho perigo. A milagrosa vitória desta batalha marcou um ressurgimento do espírito das Cruzadas sobre a Europa, culminando com uma continuação da reconquista de seus territórios que haviam sido tomados pelos islamitas.
O cerco de Buda
Assim, três anos depois, o exército da Santa Liga formada pelas nações cristãs fez cerco a cidade de Buda, hoje unida a cidade de Pest, formando juntas a capital da Hungria. Da Espanha chegou o jovem líder militar Eugênio de Saboia, sendo aqui a primeira expedição liderada por esse príncipe. “Esse jovem saboiano igualar-se-á um dia a todos aqueles que o mundo considera hoje como grandes generais”, recomendou o marquês Luís de Baden-Baden ao Imperador da Áustria.
Também por desejo do imperador Leopoldo, o Papa Inocêncio XI enviou ao exército o Frei Marco D’Aviano. Este capuchinho, depois beatificado, teve por encargo ser mediador entre os chefes e entusiasmar aos soldados.
Um cerco diretamente contra Buda contrariava à expectativa dos turcos, pois esperavam que outras cidades mais importantes fossem antes atacadas. Ainda assim, a cidade estava bem abastecida de mantimentos, armas e pólvora; e, sob o comando de Abdulrahman Paxá, mais de 16 mil homens de tropas escolhidas foram posicionados para sua defesa. Afinal, Buda era a 10ª cidade mais importante do mundo muçulmano, considerada por eles como a “casa da guerra sagrada”, baluarte limítrofe do Islã na Europa e chave do Império Otomano.
O cerco começou em 18 de junho de 1686, ocorrendo o primeiro assalto no dia de São João. Durante os próximos meses ocorreram muitos bombardeios e batalhas sem que algum dos lados demonstrasse fraqueza. Destacou-se um frade franciscano, o Pe. Gabriel, chamado pelos húngaros de Gabriel “o entusiasmado”, que se mostrou mestre em artilharia; e junto a ele, um espanhol de nome González, que inventou uma forma aprimorada de morteiros.
A grande explosão de pólvora
Num importante momento do cerco, em 26 de julho, uma bala incendiada caiu no armazém de pólvora dos otomanos e o fez voar. A terra estremeceu até uma grande distância ao redor, o Danúbio saiu de suas margens, e no muro abriu-se um grande rombo. E para maior espanto dos turcos, atrás de uma parede que desmoronou na antiga igreja do castelo de Buda, transformada em mesquita, aparece uma imponente Imagem de Nossa Senhora em seu nicho, que ali permanecera escondida e esquecida desde a invasão otomana, 150 anos antes. Os próprios sitiantes ficaram tão espantados pela explosão, que no primeiro momento deixaram de atacar. O Duque de Lorena imediatamente requisitou a rendição, mas Abdulrahman respondeu que todas as cabeças da guarnição estavam consagradas à morte, e que o ruído de uma torre de pólvora que voa não era capaz de os assustar.
Em 27 de julho, fez-se um segundo assalto. Foi uma luta de gigantes, destacando-se especialmente os bávaros, que lutaram como leões. Das muralhas, sacos de piche e enxofre chamejantes eram lançados. Luís de Baden-Baden e Eugênio detinham o recuo e levavam novas tropas para a linha de frente. A bandeira imperial já tremulava na brecha, quando uma mina explodiu no meio dos cristãos causando grandes estragos. A jornada deste dia custou perto de quatro mil cristãos. Ao receber novas intimações, o Paxá respondeu que era impossível entregar a fortaleza, que o “Profeta” rechaçaria o próximo assalto como fizera com os anteriores. Abdulrahman dispôs-se a entregar qualquer outra fortaleza da Hungria, mas não Buda; embora depois até Buda se com isso se desse termo à investida cristã.
Porém, a situação dos cristãos também ficou grave, pois Solimão, o Grão-vizir, chegou em socorro do Paxá com um exército de 80 mil homens. Os cristãos teriam agora de se defender e entrincheirar. O Grão-vizir pôs-se a promover pequenos combates para tentar cansar os cristãos e meter reforços em Buda. Os cristãos também não quiseram empreender uma batalha decisiva, pois esperavam igualmente reforços.
Buda novamente nas mãos católicas
Tendo Abdulrahman recusado uma última intimação de rendição, o Duque de Lorena decidiu conquistar a fortaleza sob as vistas do próprio Solimão. Em 2 de setembro de 1686, às 6 da manhã, começou o assalto no qual pela primeira vez se empregou a baioneta em grande escala. Ambas as partes lutaram com suma bravura. O paxá morreu lutando valentemente e outros quatro mil turcos caíram ao fio da espada. À noite, em ação de graças pela vitória, cantou-se o Te Deum na igreja principal.
O mais notável entre os prisioneiros foi o comandamte da tropa dos janízaros, Maomé Csonkabeg. Convertendo-se, Csonkabeg se fez batizar como Leopoldo em homenagem ao Imperador, foi elevado à nobreza e recebeu um regimento húngaro. Posteriormente, lutou com muito valor pelo Imperador junto ao rio Reno.
No dia seguinte, 3 de setembro, após celebrar uma missa, o Beato D’Aviano promoveu uma procissão com a Imagem de Nossa Senhora que fora encontrada nas paredes da mesquita. Atribuída como autora da explosão, foi-lhe dado o título de “Nossa Senhora da Pólvora”. Nenhum príncipe se alegrou tanto com a tomada dessa cidade como aquele que ocupava então a Cátedra de Pedro, o grande Papa Beato Inocêncio XI. “É o Santo Padre que conquistou Buda, como libertou Viena. Desde há séculos não havia sentado outro Papa semelhante na Cátedra de Pedro”, disse Jaime II, rei da Inglaterra, ao saudar o Núncio após a reconquista de Buda.
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Nossa Senhora da Pólvora, rogai por nós!
Nossa Senhora de Budapeste, rogai por nós!
Ivan Rafael de Oliveira
Fontes de Pesquisa:
Historia Universal, Juan Baptiste Weiss, Editora Tipografia La Educación, Tradução da 5° edição alemã, Barcelona, 1930, Vol. XI, p. 917 a 923.
https:// :
en.wikipedia.org/wiki/Matthias_Church
adorans.hu/node/2414
sacred-destinations.com/hungary/budapest-matthias-church
templom.hu/phpwcms/index.php?id=14,164,0,0,1,0
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