“Vede que glória! Criaturas têm suas coroas carregadas por anjos!”
Plinio Corrêa de Oliveira
Nesta imagem de Nossa Senhora de Częstochowa vemos o Menino Jesus coroado, e Ela também com coroa. Há quatro anjos pequenos segurando as coroas, o que representa uma alta expressão simbólica. Primeiramente, significa que todas as coroas são sustentadas por anjos como que indagando: “Vede, ó grandes da Terra, se nós não segurássemos vossas coroas, o que seriam delas, uma vez que até o Rei e a Rainha dos céus têm suas coroas sustentadas por nós?”.
Outra ideia muito bonita é a seguinte: Em tese, Nosso Senhor Jesus Cristo poderia ter contraído a união hipostática [o verbo de Deus encarnado no seio puríssimo da Santíssima Virgem] com um anjo, e não com um ser humano. A natureza angélica seria mais digna da união hipostática do que a natureza humana, porque sendo o anjo puro espírito, ele é muito mais elevado do que o homem. Sendo Deus puro espírito, seria mais digno que a união hipostática se realizasse em um anjo, e não em um ser humano.
Entretanto, os teólogos defendem que sendo o homem o ponto de junção dos dois elementos da Criação, a matéria e o espírito — corpo e alma —, e tendo Deus querido honrar toda a Criação, o Verbo uniu-se hipostaticamente à natureza humana no seio puríssimo de Nossa Senhora. Assim, Ele dignificou os anjos, que são puros espíritos, mas também dignificou a matéria.
Uma vez que a Criação como um todo tenha sido glorificada pela união hipostática, possibilitou aos anjos servirem os homens — servir o Homem-Deus e a Nossa Senhora, que é pura criatura. Segundo muitos teólogos, isso levou Lúcifer a se revoltar, quando convidado a adorar o Homem-Deus que viria à Terra, e depois a servir a uma criatura, que seria a Mãe de Deus. Lúcifer se recusou e bradou “Não servirei”. Donde a revolta dele, seguida pelos anjos maus, lançados no inferno.
Assim sendo, vemos nesta imagem de Nossa Senhora de Częstochowa o significado da Contra-Revolução angélica sustentando as coroas que Satanás quis derrubar. Há uma riqueza de expressão e de teologia nos anjinhos sustentando com afã as coroas, como que afirmando: “Vede que glória! Criaturas têm suas coroas carregadas por nós!”.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 9 de setembro de 1972. Sem revisão do autor.
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