Hastear a bandeira da família tradicional

Hastear a bandeira da Família

Hastear a bandeira da família tradicional é uma necessidade premente nestes dias conturbados.

Desde que a revolução sexual tomou conta do palco, a instituição da família vem perdendo posições. E isso numa velocidade estonteante.

Como consequencia dessa perda de batalhas, os defensores da família acabaram por se acostumar a um entrincheiramento nos seus lares. Ora, agora que o silvar das balas já penetra nossos muros, vamos percebendo a necessidade de uma revanche.

As consequências advindas das repetidas derrotas se fazem sentir em todos os campos da existência. Crise social, crise sanitária (não se pense só em COVID19, mas nas doenças nervosas) e até a crise econômica podem ser diretamente relacionadas à demolição da família.

Sob pretexto de nos trazer a paz, o politicamente correto veio nos privando de princípios que antes eram a seiva da vida em sociedade.

Agora que vemos a frondosa árvore prestes a cair, nos damos conta de quão importante era fortalecer sua raiz, com o fluxo benéfico daqueles princípios benditos.

Hasteando a bandeira da família

Uma boa notícia chegada da Alemanha nos faz renovar as esperanças. No final do mês de junho passado, realizou-se um painel de debates para analisar o encurralamento da família, e as possibilidades de restauração dessa instituição.

Oferecemos a nossos leitores uma tradução da notícia originalmente publicada em LifeSiteNews.

Ativista pró-família aponta a ausência da figura paterna como “um grande problema”

A alemã Gabriele Kuby decifrou os problemas que as famílias enfrentam hoje, do divórcio e da ideologia de gênero às políticas governamentais que prejudicam a família tradicional

Martin Bürger

WÜRZBURG, Alemanha, 29/06/2020 – A famosa ativista alemã pró-família Gabriele Kuby decifrou, em conferência no último final de semana [N.T.: 27-28/6], os numerosos problemas que muitas famílias, e especialmente as crianças, estão enfrentando hoje em dia, desde o divórcio e a ausência da figura paterna à ideologia de gênero e às políticas governamentais que prejudicam a família tradicional.

Gabriele Kuby

“A ausência dos pais é sem dúvida um grande problema em nossa sociedade”, disse ela.

“Está provado que crianças que crescem sem um pai, cuja missão é ditar os limites, dar orientação, ser firme, ter coragem, instilar bravura no filho – se tudo isso falta, coisas que o pai pode fazer melhor do que a mãe, se tudo isso falta, as probabilidades de que a criança venha a se tornar delinquente, ou venha a apresentar desordens mentais, problemas de comportamento, etc., tomar drogas, fugir da escola, são muito maiores”.

“Precisamos de homens”, Kuby ressaltou. “Precisamos dos pais”.

Os estudos comprovam

A experiente socióloga reportou-se várias vezes a pesquisas científicas, as quais, disse Kuby, provam “o que todo mundo já tem bem presente em seu coração”.

O professor americano de sociologia Mark Regnerus, por exemplo, estudou situações em que crianças cresceram com dois homens ou duas mulheres como “pai e mãe”, para saber ser seriam tão saudáveis quanto a família tradicional.

“Há desvantagens para as crianças quando elas não experimentam essa triangulação – esse triângulo ‘pai-mãe-filho’ – mas apenas dois pais ou duas mães”, Kuby apontou.

Painel pró-família

Ela apresentou suas observações no último domingo [N.T.: 28/06/2020] em um painel de discussões , transmitido pela organização pró-família Familie geht vor! (“A família em primeiro lugar!”), unindo numerosos outros grupos que apoiam a família.

Originalmente, Familie geht vor! planejava promover um evento presencial com milhares de famílias em Würzburg, no coração da Alemanha. Por causa da pandemia, entretanto, só foi possível a teletransmissão.

O peso do divórcio

Na questão do divórcio, Kuby continuou, “não há dúvida nenhuma de que o divórcio é um grande fardo posto sobre as crianças, e isso basicamente para o resto de suas vidas”.

“O divórcio é, para uma criança … um constante drama, dado que não há mais estabilidade”, explicou ela. “Elas têm que passar por novas combinações repetidas vezes. O parceiro se casa de novo, separa-se de novo, há um sistema de relações impossível de se gerir, e a criança deve atravessar tudo isso, e concordar”.

Kuby afirmou que “não é aceitável uma sociedade afirmar que as emoções, desejos, paixões e sofrimentos – que existem, sem dúvida, também no contexto do casamento – que isso é a única coisa que nos deve guiar. E as crianças estão tendo que se submeter, sem reclamar”.

De acordo com Kuby, que fundamentou suas observações citando diversos estudos, crianças e jovens anseiam por ter uma família, assim como pela fidelidade em seus relacionamentos. “Não há como erradicar esse anseio do coração das pessoas”, ela comentou. “Esta é a boa notícia, e podemos construir a partir disso”.

Creches em tempo integral

Kuby também criticou o sistema de creches de tempo integral – onde pais que trabalham colocam seus filhos, às vezes com poucos meses de vida – como incrivelmente estressante. “As crianças ficam doentes por causa disso”, ela apontou.

Tal sistema tampouco beneficia os pais. “Como esperar que pais exaustos após uma jornada de trabalho, recebendo seus pequenos rebentos no portão da creche, passem depois momentos saudáveis com seus filhos?”.

O governo alemão, explicou a ativista pró-família, apoia intensamente que os pais coloquem seus filhos, o mais cedo possível, nas creches de tempo integral.

“Sou favorável à liberdade de escolha – continuou Kuby – mas não podemos realmente fazer uma escolha se não temos as condições materiais a partir das quais possamos exercê-la. E se as creches são apoiadas, apoiadas, apoiadas, com 1000 euros por mês, e as mães recebem os exíguos 120 euros pela licença-maternidade, então não há verdadeira liberdade de escolha”.

A socióloga tratou das consequências invisíveis do sistema de creches integrais. De acordo com os estudos, por volta de um terço da jovem geração está doente, de um jeito ou de outro, com doenças agudas se transformando em condições crônicas.

Mesmo do ponto de vista da economia, o custo desse sistema, se considerados todos os fatores, excede de muito o custo de manter as mães com seus filhos recém-nascidos por mais tempo.

Ideologia de gênero: uma imposição

No final, Kuby tratou brevemente da ideologia de gênero, ressaltando que ela vem sendo imposta aos países pela ONU, pela OMS e pela União Europeia.

Para consertar esse sistema, disse ela, “precisamos simplesmente exigir aquilo que corresponde à ordem da criação. E a ordem da criação nos diz: a criança, como um pequeno ser inacabado, pertence a sua mãe, e precisa de um pai para mostrar-lhe o mundo”.

Outros testemunhos

Além de Kuby, dois representantes de organizações parentais, Andrea Heck e Romy Richter, participaram do painel, como também o ativista Alexandre Bischoff.

Richter lamentou a perda de uma cultura parental. “Temos fome de experiência: Como funciona uma família? Como se faz? Já esquecemos como fazer. Nossos instintos já se foram. Eu vejo muitos pais que estão como um ramster em sua esteira, às voltas com todas essas atividades”.

“Nós já não temos aquele senso para essas coisas, e estamos também perdendo a noção do que as crianças realmente precisam. Elas precisam de vínculos. E o modo pelo qual as crianças adquirem esses vínculos, desde a primeira infância, não é compatível com a ausência da mãe dedicada a uma atividade profissional”.

Bischoff ressaltou o fato de que, após sua mudança para uma pequena cidade na Baviera, os anciãos que moravam na sua rua mostraram-se incrivelmente felizes por terem crianças nas redondezas. Seus vizinhos contaram que chegaram até a desligar os televisores para ouvir as crianças brincarem.

Para Andrea Heck, lutar contra políticas prejudiciais à família tradicional é difícil. “Nós, famílias, quase não temos representação política”, disse ela. “Nós, mamães, tampouco”.

Hasteando a bandeira da família

A organização Familie geht vor! consiste em 15 diferentes grupos e diversos indivíduos lutando pela proteção do casamento e da família, o direito dos pais a educar seus filhos, o direito das crianças a uma mãe e a um pai, e por benefícios financeiros governamentais para as famílias.

A organização se opõe a toda doutrinação, seja pela homossexualidade ou pela ideologia de gênero.

Hedwig von Beverfoerde, porta-voz de “Familie geht vor!” e líder de “Demo für Alle”, outro grupo pró-família, declarou: “Ideias anti-família continuam a se espalhar e estão gradualmente sendo implementadas como políticas – impulsionadas por poderosos grupos de pressão e pela mídia”.

“Nós, pelo contrário, demandamos uma guinada em favor da família. Para isso, precisamos efetivamente desfraldar nossa bandeira, diante das vistas do público”.


Que essa reação que se levanta na Europa possa servir, a nós brasileiros pró-família, de alento e incentivo! Façamos tremular, também nós, a bandeira da família, célular mater de nossa sociedade!

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