Aborto: luto triplo

Aborto: luto triplo sobre os defensores da vida
Aborto: luto triplo sobre os defensores da vida
Aborto: luto triplo sobre os defensores da vida

Um luto triplo cobre os defensores da vida neste mês de agosto de 2020. O aborto teve duas vitórias legislativas significativas ao redor do mundo, e uma triste realização em nosso país.

Luto triplo

a) França

No início deste mês, a Câmara de Deputados da França aprovou, no meio de uma enorme coleção de absurdos, a ampliação do aborto no país de Santa Joana d’Arc, Santa Terezinha e muitos outros santos.

Na calada da noite (a votação foi concluída às 4:00 p.m., em período de férias) e a toque de caixa (a discussão foi limitada a 25 horas), venceu por maioria uma alteração no projeto de lei de bioética que estende a chamada IMG – Interrupção Médica da Gravidez – à hipótese de “angústia psicossocial[1].

O site pró-vida LifeSiteNews assim relata esse novo absurdo:

Uma emenda de último minuto, apresentada no meio da noite, foi aprovada pela maioria, criando uma nova exceção ao permitir o chamado “aborto médico” até o nascimento: a ‘angústia psico-social’ da mãe.

Até agora, na França, abortos tardios (depois de 12 semanas de gestação) requeriam aprovação médica, a qual é limitada por lei a casos de malformação severa ou suposta inviabilidade extrauterina, ou quando a gravidez coloca a vida da mãe em risco”.

Com isso, a partir de um conceito extremamente vago, o aborto passa a ser permitido até a iminência do parto!

b) Equador

Com a aprovação, ontem dia 25, pela Assembleia Nacional, do chamado Código Orgânico de Saúde, avançou no Equador a despenalização do aborto.

Se se efetivar a sanção pelo presidente, o aborto passará a ser permitido “quando a gestante ou o feto se encontrem em perigo iminente”.

A comemoração por parte de grupos feministas afasta qualquer dúvida de que se trata de um avanço almejado pelos defensores do aborto:

“A ativista dos direitos das mulheres, Mayra Tirira, disse à Associated Press que ‘recebemos com alegria, felicitamos esta aprovação, porque o novo código reconhece o que já vinha sucedendo, e que procura proteger os direitos das mulheres e das meninas”.

Nenhuma palavra sobre os direitos das meninas que estão sendo abortadas e jogadas na lata do lixo. Quando não encaminhadas para indústrias de cosméticos…

c) Brasil

No dia 17 de agosto, a tragédia do estupro de uma menor natural de São Mateus/ES consumou-se numa tragédia ainda maior: o aborto da criança gerada – aliás, também uma menina.

A ginecologista e obstetra Elizabeth Kipman, coordenadora de Bioética do Movimento Brasil Sem Aborto, assim resume o ato bárbaro:

O procedimento, segundo ela, começa com a morte do bebê dentro do útero. “Primeiro se mata o nenê atravessando uma agulha comprida pela barriga da mãe. Atravessa o útero até chegar ao coração do nenê. O nenê foi morto com uma injeção de cloreto de potássio”, diz.

Apesar da oposição de equipes médicas, demonstrando um maior risco – para a vida e a saúde psicológica da menina – no aborto do que no parto antecipado, venceram os argumentos românticos.

Veja-se a opinião de mais um especialista, estampada também na reportagem do jornal Gazeta do Povo:

Marcus Cavalheiro, médico especializado em ginecologia e obstetrícia, diz que o risco associado ao parto não justifica o aborto. “É uma gestação de risco, mas é um risco controlável. Há dificuldade para um parto normal, porque não tem maturidade na bacia, mais provável que se faça uma cesária. É um risco relativo, mas é um risco controlável. Ela não está condenada à morte porque está grávida com dez anos. A obstetrícia está bem desenvolvida para lidar com os riscos”, diz.

Terror sancionado pela mídia

Como se sabe, todo aborto provocado é um ato de brutalidade contra um ser indefeso. Ato praticado, via de regra, por ou com o consentimento de quem deveria ser seu natural defensor: a mãe.

Seja qual for o método usado, trata-se de uma violência perpetrada contra uma criatura que é imagem e semelhança de Deus. Um assassinato, em toda a força do termo.

E com agravantes das mais terríveis: muitas vezes por motivo fútil; por emboscada; usando métodos cruéis. Como explicar que tal violência tenha guarida e justificação na mídia?

O progresso da ciência não tem feito senão

  • comprovar que a vida começa com a concepção
  • possibilitar a vida extrauterina cada vez com menor idade fetal
  • reduzir ao mínimo o risco de vida da mãe.

E nada disso parece dissuadir aqueles que tocam as tubas midiáticas…

Luto na terra, luto no céu

Para os defensores do aborto, as crianças ainda não nascidas são equiparadas a materiais biológicos descartáveis. São “partes do corpo da mãe”, à mercê de sua boa ou má vontade. Como fios de cabelos que estão ‘sobrando’, ou unhas já maduras para a poda…

Na verdade, como dito, trata-se de criaturas feitas à imagem e semelhança de Deus. Criaturas feitas para o céu, mas dele privadas.

Pode-se imaginar os habitantes do Paraíso como que “torcendo” pelo novo ser que vai sendo gestado. Acompanham-no com suas mais ardentes preces. Para que possa chegar, como eles, à bem-aventurança eterna.

De repente, são surpreendidos pela notícia da brutal interrupção do ciclo natural da vida. Interrupção feita em circunstâncias tais que impossibilitam virtualmente o batismo.

E o luto entre os defensores da vida atinge os habitantes do céu…

Meu Deus, até quando?


[1] Détresse psychosociale, no original.

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